domingo, 10 de maio de 2009

Poema em dupla


Nas noites em que estou só,

vejo estrelas bravas e brilhantes.

E não vejo bem pela janela,

é pelo buraquinho entre a telha e o peito.

E no peito exposto ao sereno da noite,

tento sem conseguir dominar a minha sorte.

Segredo a noite as minhas frestas,

engano no tamanho da solidão.

Pra ela digo com cautela as tristezas,

exalto sem pudor as minhas aventuras solares,

transpiro a insensatez,

ela arde na minha pele pálida.

De não poder parar de sonhar,

acredito sinceramente naquela luz que vejo

a saltar de tanto em tanto a razão

e corresponder o invisível com meu melhor sorriso.

A fumaça envolve meu corpo

e sorri em resposta.

Vislumbre, então, pouco mais que isso

e entenda noite, solidão e estrela.

Duvido, mas espero.



[com minha pariceirinha]

2 comentários:

Lara Medeiros disse...

pariceirinha que eu amo!

Andarilha da Cidade disse...

Porque quando eu li esse poema, era como se eu tivesse fumando e lendo??